MEMORIAL ARTUR MARINS DE BARROS
Homenagem da Câmara de Vereadores de Salgueiro
Quando vamos homenagear uma pessoa, geralmente começamos por aquilo que a distingue: prêmios, honrarias, títulos. Mas, se pensarmos bem, nunca é nesses penduricalhos que recebemos e guardamos numa estante ou pregamos na parede que está a verdadeira razão para alguém ser lembrado. E num momento tão difícil como este pelo qual passa o nosso país, é ainda mais importante fazermos essa reflexão. Todos os dias mais de mil famílias têm perdido pais, mães, filhos, gente que está ao nosso lado e, de repente, se vai. Na TV, nos relatórios, são apenas números. Sim, números fortes, tristes, preocupantes. Mas enquanto olharmos para eles apenas como números, não seremos capazes de sentir a dor de quem os perde e nos solidarizarmos plenamente com esse sofrimento. Por isso é muito importante que a gente lembre de seus nomes, suas histórias. Não porque foram grandes líderes, artistas, pessoas notáveis. Não. Precisamos reverenciar sua memória por serem nossos semelhantes, pessoas como nós, nossos irmãos. Pessoas que tinham sonhos, que acordavam de manhã, iam à padaria, cuidavam dos filhos, brincavam com os netos, riam com os amigos. Cada vida que perdemos é também um pedaço de nós.
No último dia 13 de junho, dia de Santo Antônio, dia de festa na nossa Salgueiro, perdemos mais um irmão para essa guerra: Artur Marins de Barros. Filho de Simão Simplício de Barros e Maria Ana Marins de Barros, nasceu em 8 de agosto de 1944, no sítio Boa Vista. Somando os filhos do segundo casamento do pai, com Aurora Ferreira Barros, teve 8 irmãos.
Nos tempos da Boa Vista, onde ajudava o pai na lavoura, gostava de participar das tradicionais pegas de boi ao lado do primo Dió Simplício, Luiz Vitorino e outros. Na roça, Artur iniciou uma história que muitos outros sertanejos repetiram vida afora. Fugindo da seca, acabou deixando o sítio para trabalhar na cidade, onde foi funcionário dos saudosos João Raimundo e Antônio Dedé. Em 1974, emigrou para o Sul. Viveu no Paraná por alguns anos e depois mudou-se para São Paulo, onde estabeleceu sua base, criou os filhos e deu origem, ao lado da esposa Rita Lopes de Oliveira Barros, a uma grande família, com netos e bisnetos.
Em São Paulo trabalhou como guarda patrimonial na indústria Linhas Corrente, onde ficou por mais de 10 anos. Como motorista, trabalhou também para a prefeitura da capital paulista. Hoje, aposentado, se dedicava à esposa, aos netos e ao violão, que nunca largou. Assim como nas cantorias da juventude, continuava a animar as reuniões familiares com suas canções, sem esquecer das irmãs em Salgueiro, que às vezes acompanhavam por chamada de vídeo, pelo celular.
Vítima da covid-19, Artur faleceu deixando, além da esposa Rita, quatro filhos: Mônica, Francisco, Maria e Fábio; os netos Henrique, Cleiton, Artur, Érica, Flávio, Sara, Júlia, Almir e Pedro; e os bisnetos Zé Henrique, Yasmin, Eliel, Cauan, Pedro e Murilo.
Por Simão Mairins
Jornalista e sobrinho.
Preposição:
Vereadora Eliane Alves